Comitês Orientadores

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Os Comitês de Orientação (ou Comitês Orientadores) são compostos pelos discentes ativos, egressos do curso e por professores orientadores do NTFSI e membros das comunidades indígenas e, quando for de interesse, membros da comunidade acadêmica. Podem ser organizados por etnias, por proximidade geográfica, cultural e linguística dos povos indígenas, ou ainda por outros critérios definidos pelo Colegiado.

Os Comitês contribuem para a existência de uma articulação entre Universidade e comunidades indígenas, nas ações de formação dos/as docentes indígenas, no que diz respeito à produção de conhecimento e participação de atividades culturais. Ou seja, a proposta do curso de Educação Intercultural coloca-se no contexto de criação e elaboração de espaços inovadores de democratização na universidade, fazendo com que a mesma seja, também, um espaço de produção de conhecimento e de novas relações de convivência a partir de outras dinâmicas e epistemologias.  

Da articulação entre universidade e comunidades indígenas nasce novos saberes, novas propostas de educação, inovação cultural e científica, sem deixar de incluir, nessa plataforma, as línguas indígenas, que são de prioridades nos projetos extraescolares. Há que considerar, com atenção especial, as comunidades que estão se esforçando para retomar suas línguas originárias porque elas são parte de suas histórias. Como mencionado, nesta situação, práticas de bilinguajamento e de atualização cultural devem ser apoiadas e encorajadas.  O reconhecimento às línguas indígenas está expresso na Constituição de 1988, que reconhece o direito dos diversos povos indígenas de usar suas línguas maternas e seus processos próprios de aprendizagem. Esta legitimação linguística abre espaço para as múltiplas epistemes, em diferentes modalidades. Nesse reconhecimento, estão incorporadas as considerações cognitivas, artísticas, musicais, linguísticas, e as experiências específicas de suas culturas. 

Toda essa orientação aponta para a necessidade de construção de novos aportes teóricos, metodológicos e de pedagogias que promovam visibilidade e articulação das epistemologias indígenas, todas necessárias ao bom desenvolvimento da educação intercultural, específica e diferenciada.

 

Atualmente, o curso é composto por 16 Comitês Orientadores, sendo eles

 

  1. Comitê Orientador Apinajé: Alexandre Ferraz Herbetta e Joana Fernandes – coordenadores 
  2. Comitê Orientador Bororo: Ana Paula Purcina Baumann – coordenadora
  3. Comitê Orientador Canela: Andrey Nikulin – coordenador
  4. Comitê Orientador Gavião: Luciano Cardenes Santos – coordenador
  5. Comitê Orientador Guajajara: Rosani Moreira Leitão – coordenadora
  6. Comitê Orientador Javaé: Elias Nazareno e José Pedro Machado Ribeiro – coordenadores
  7. Comitê Orientador Karajá: Elias Nazareno e José Pedro Machado Ribeiro-  coordenadores
  8. Comitê Orientador Krahô: Alexandre Ferraz Herbetta e Joana Fernandes – coordenadores 
  9. Comitê Orientador Krikati: Arthur Angelo Bispo – coordenador
  10. Comitê Orientador Tapuia: Alexandre Araújo Martins – coordenador
  11. Comitê Orientador Tapirapé: Mônica Veloso Borges e Gilson Tenywaawi Tapirapé – coordenadores
  12. Comitê Orientador Xakriabá: Mário André Coelho da Silva e Andrey Nikulin - coordenadores
  13. Comitê Orientador Xambioá: André Marques Nascimento – coordenador
  14. Comitê Orientador Xavante: Carlos Abs da Cruz Biancchi e Arthur Angelo Bispo– coordenadores
  15. Comitê Orientador Xerente: Aline da Cruz, Alexandre Araújo Martins e Mário André Coelho da Silva – coordenadores
  16. Comitê Orientador Xingu: Lorenna Dall’Ara, Kátia Kopp, Mônica Veloso Borges, André Marques do Nascimento, Andrey Nikulin e Gilson Tenywaawi Tapirapé – coordenadores

 

Cada Comitê Orientador tem a responsabilidade de oferecer orientação para os/as universitários/as no desenvolvimento das atividades do projeto. Farão parte das atividades dos comitês de orientação:

 

  • Assistir, durante as etapas do Curso de Licenciatura Intercultural, às apresentações das atividades do projeto extraescolar realizadas pelos universitários e pelas universitárias em suas comunidades; 
  • Promover um debate sobre as atividades apresentadas, procurando saber como o trabalho foi desenvolvido, metodologia adotada, participantes etc;
  • Verificar se os/as universitários/as buscaram informações com os anciãos e as anciãs e outros sábios das comunidades etc.; 
  • Perceber como foi a participação da comunidade nas atividades;
  • Perceber como foi a participação dos/as jovens, se alunos/as ou não;
  • Problematizar aspectos metodológicos, buscando sistematizar e refletir sobre importantes inovações; 
  • Planejar as atividades a serem desenvolvidas nas comunidades;
  • Anotar as reflexões feitas pelos e pelas universitários/as com relação à prática das oficinas, palestras e às pesquisas realizadas;
  • Orientar os/as universitários/as para documentar as oficinas, o conhecimento adquirido, estudado, pesquisado e trabalhado;
  • Discutir, com os/as universitários/as, as semelhanças e diferenças dos processos de aprender na escola e nos espaços culturais próprios e como estes lugares podem contribuir com a construção de uma pedagogia da retomada de saberes milenares, com a vitalidade das línguas indígenas, do bilinguismo, e do bilinguajamento na educação intercultural etc.